Popularidade de Lula está abaixo da necessária para a reeleição
Segundo a análise, as maiores taxas de conversão dos conceitos ótimo/bom em votos foram em 2006, quando 87% daqueles que avaliavam o primeiro governo Lula positivamente votaram no petista, e em 2022, quando 88% dos eleitores que aprovaram a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) votaram nele.

O estudo da Mar Asset Management que indicou que o aumento da população evangélica ameaça a possibilidade de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026 também trouxe um outro dado que pode causar dor de cabeça nos petistas: a popularidade do atual chefe do Executivo está abaixo daquela que é considerada necessária para que ele obtenha um novo mandato.
Segundo a análise, as maiores taxas de conversão dos conceitos ótimo/bom em votos foram em 2006, quando 87% daqueles que avaliavam o primeiro governo Lula positivamente votaram no petista, e em 2022, quando 88% dos eleitores que aprovaram a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) votaram nele.
De acordo com o estudo, para que Lula consiga se reeleger em 2026, ele terá de alcançar, pelo menos, a marca de 41% dos eleitores no conceito ótimo/bom, e ainda converter em votos ao menos 87% dessa parcela do eleitorado. No contexto atual, porém, esse alvo parece bem distante. No último levantamento Quaest/Genial, divulgado no dia 27 de janeiro, só 31% do eleitorado avaliou o petista positivamente.
ESTUDO
A análise da Mar Asset Management indicou que 35,8% da população brasileira será evangélica em 2026, ano da próxima eleição presidencial. Esse índice representa um aumento de 3,7 pontos percentuais na comparação com 2022, quando a parcela de evangélicos era de 32,1%. Segundo o estudo, essa alta pode ameaçar a possibilidade de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no próximo ano.
Para concluir que há um risco à reeleição de Lula em 2026, o estudo utilizou números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a população evangélica no país em 2000 e 2010, e verificou o aumento do número de templos na comparação com dados sobre as intenções de voto no PT.
O estudo identificou, com base nessa análise, que, quanto maior a densidade de templos evangélicos por 100 mil habitantes, menor é a proporção de votos no PT. Em média, 5 mil templos evangélicos são abertos por ano no Brasil. Em 2024, o número total era de 140 mil.
Em 2022, os dados oficiais das eleições indicaram que Lula recebeu 50,9% dos votos válidos, mas esse percentual teria caído para 49,8% caso a população evangélica tivesse o mesmo tamanho que terá no ano que vem. Ou seja, o aumento da parcela de evangélicos por si só já seria suficiente para mudar o resultado do pleito.
EVANGÉLICOS COM BOLSONARO
O estudo indicou ainda que, até as eleições de 2018, a avaliação dos evangélicos sobre os presidentes não era muito diferente daquela indicada pelos não evangélicos. No entanto, o apelo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aos valores do grupo fez isso mudar. Durante o mandato do líder conservador, por exemplo, os evangélicos o avaliavam mais positivamente do que os não evangélicos.
Com a mudança de presidente, a dinâmica se inverteu, com a avaliação de Lula entre os evangélicos ficando bem abaixo da média geral e, por outro lado, aquela apresentada entre os não evangélicos ficando acima da média do público geral.
Além da avaliação dos presidentes, os votos dos evangélicos, que até 2014 eram distribuídos de forma relativamente equilibrada entre o candidato do PT e seu adversário, mudaram significativamente a partir das eleições de 2018, quando apenas 31% dos eleitores dessa fatia da população declararam voto em Haddad (2018) e Lula (2022).
MIGRAÇÃO PARA A DIREITA
A análise da Mar Asset Management também identificou que, na última década, houve uma clara migração do voto dos brasileiros para a direita. Os partidos desse espectro político receberam 43% dos votos em 2024, contra menos de 20% em 2012. As siglas de centro, por sua vez, mantiveram a mesma proporção de 2004. A esquerda, por outro lado, despencou, de 37,8% em 2004, para 20,5% em 2024.
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