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Advogada presa pelo 8 de janeiro se cansa, rompe tornozeleira e “some”

A informação foi confirmada por meio de uma comunicação oficial enviada pela Vara de Execução Penal da Paraíba ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira, 10 de abril.

Advogada presa pelo 8 de janeiro se cansa, rompe tornozeleira e “some”
Advogada presa pelo 8 de janeiro se cansa, rompe tornozeleira e “some” (Foto: Reprodução)

Uma nova reviravolta no caso dos atos de 8 de janeiro de 2023 coloca em xeque a eficácia das medidas cautelares aplicadas pela Justiça brasileira. A advogada Edith Christina Medeiros Freire, de 57 anos, que havia sido presa durante as invasões em Brasília e posteriormente liberada mediante condições restritivas, está oficialmente foragida após romper a tornozeleira eletrônica e desaparecer sem deixar rastros.

A informação foi confirmada por meio de uma comunicação oficial enviada pela Vara de Execução Penal da Paraíba ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira, 10 de abril. O documento aponta que Edith está foragida desde o dia 30 de agosto de 2024, data em que sua tornozeleira deixou de emitir sinal. Desde então, as autoridades têm empreendido esforços para localizá-la, sem sucesso.

Prisão e soltura com medidas cautelares

Edith foi detida no próprio dia 8 de janeiro de 2023, durante os protestos que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. Como muitos outros manifestantes, ela foi acusada de crimes como associação criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e destruição de patrimônio público — acusações graves que, juntas, podem resultar em penas elevadas.

Após alguns meses de detenção, a advogada foi beneficiada com liberdade provisória em maio de 2023, por decisão do ministro Alexandre de Moraes. Contudo, a liberação foi condicionada ao cumprimento de medidas rigorosas, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de utilizar redes sociais — o que visava conter sua atuação política digital e prevenir novos delitos.

Envolvimento anterior com a Operação Lesa Pátria

A situação de Edith já era considerada sensível antes mesmo de sua fuga. Em novembro de 2023, ela foi um dos alvos da 20ª fase da Operação Lesa Pátria, conduzida pela Polícia Federal, que visava identificar e responsabilizar indivíduos envolvidos nos ataques à democracia brasileira. Na ocasião, um mandado de busca foi cumprido em sua residência no bairro de Cabo Branco, em João Pessoa (PB).

Antes de ser obrigada a apagar suas redes sociais, Edith utilizava seus perfis para propagar posições polêmicas. Ela era declaradamente contra a vacinação contra a Covid-19, defensora do armamento da população e publicava conteúdos favoráveis à intervenção militar — posturas que a colocaram no radar das autoridades durante a investigação dos atos antidemocráticos.

Fuga escancara fragilidades no monitoramento judicial

O caso da advogada reacende um intenso debate sobre a eficácia do sistema de monitoramento judicial no Brasil, especialmente no que diz respeito a réus de alta periculosidade ou com forte envolvimento político. O rompimento da tornozeleira eletrônica, medida considerada essencial para o controle de presos em liberdade provisória, revela brechas preocupantes no cumprimento das decisões do STF.

Especialistas em Direito e Segurança Pública têm questionado até que ponto medidas alternativas à prisão, como o uso de tornozeleiras, são eficazes para garantir a obediência às regras impostas pelo Judiciário. Em casos de crimes de grande repercussão nacional, como os do 8 de janeiro, o risco de fuga e reincidência pode ser ainda maior.

STF e autoridades em alerta

Fontes próximas ao Supremo Tribunal Federal afirmam que o ministro Alexandre de Moraes já foi notificado da fuga e que novas medidas estão sendo estudadas. A expectativa é de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) intensifique a busca e reforce os pedidos de prisão preventiva para outros réus que apresentem condutas semelhantes ou risco de evasão.

Além disso, o caso pode gerar uma onda de reavaliações sobre a liberdade de outros acusados em situação semelhante à de Edith, podendo levar ao endurecimento das medidas cautelares em todo o país.

Conclusão

A fuga de Edith Christina Medeiros Freire expõe não apenas uma falha operacional, mas também levanta sérias questões sobre os critérios adotados para conceder liberdade a réus de crimes gravíssimos. isso, as autoridades seguem empenhEnquantoadas em localizá-la, e o caso pode marcar um divisor de águas na condução de processos relacionados aos atos de 8 de janeiro.



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